“Açúcar, tempero e tudo o que há de bom?” Na verdade, essa “mistura” pode ser interessante nos desenhos animados, porém na realidade, pode trazer mais prejuízo para sua saúde do que você imagina! As advertências para os males do excesso de gordura e carboidratos no organismo não é novidade, mas, principalmente para quem já é diabético, esse combo pode danificar – e muito – a sua retina.
A RETINOPATIA DIABÉTICA é um dos principais danos oculares causados pelo diabetes descontrolado. Basicamente podemos defini-la como lesões não inflamatórias da retina ocular, que normalmente são decorrentes da deficiência de irrigação sanguínea deste tecido. Se não tratada rapidamente, a retinopatia causa danos irreversíveis para a visão.
O acúmulo de substâncias na circulação sanguínea e alterações vasculares favorecem o bloqueio da passagem de sangue e o surgimento de hemorragias, atrapalhando gravemente a visão. Segundo a Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV), após 20 anos de doença, mais de 90% dos diabéticos tipo 1 e 60% com o tipo 2 apresentaram algum grau de retinopatia.
A RETINOPATIA FUNCIONA DE QUE JEITO?
Costumamos dividir a retinopatia diabética em duas fases: a não-proliferativa, menos avançada, e proliferativa, que é um estágio mais sério. Na primeira, é possível que surjam pequenas dilatações, obstruções e hemorragias nos vasos sanguíneos, o que faz com que a retina deixe de receber oxigênio e nutrientes. Esse processo estimula o organismo a formar novos vasos.
Já na fase mais avançada, a proliferativa, há justamente essa neovascularização na superfície da retina, geralmente fragilizada e com maior potencial de ruptura e liberação de sangue. É nesse momento em que são maiores as chances de perda de visão, pois as manchas de sangue podem favorecer o surgimento do EDEMA MACULAR DIABÉTICO, atrapalhar o campo visual e facilitar o descolamento de retina.
É importante lembrar que se a mácula (região localizada no centro da retina) não for afetada pelas manchas de sangue, dificilmente será notado algum sintoma ou perda da visão. Entretanto, caso ocorra, o inchaço na região tem grande potencial de deixar a visão turva e evoluir para a cegueira.
MAS, AFINAL, É POSSÍVEL VOLTAR A ENXERGAR?
Depende do estágio da gravidade das lesões. Como dissemos anteriormente, na fase não-proliferativa, ocorrem pequenas dilatações, obstruções e/ou hemorragias nos vasos sanguíneos, mas isso não significa que a retina já foi lesada. Porém, como esse tecido não está recebendo oxigênio e nutrientes suficientes, esse processo faz com que o próprio corpo crie novos vasos sanguíneos para suprir a falta.
No entanto, caso as taxas de glicemia permanecerem altas, e o diabético não se cuidar como se deve, nem fazer acompanhamento um oftalmológico devido, passa-se para a fase proliferativa, a pior. Após o surgimento do edema macular diabético, é possível que os danos da retina sejam mais graves e permanentes. Por isso, quando diagnosticada no início, o tratamento contra a retinopatia diabética ajuda a evitar a perda de visão permanente.
E COMO É O TRATAMENTO?
Antes de falar do tratamento, é preciso deixar claro que a melhor forma de evitar a retinopatia diabética é controlar a glicose e manter a pressão arterial nos níveis normais. Além disso, os pacientes diabéticos devem frequentar regularmente um oftalmologista para que, se houver retinopatia, ela seja detectada no início.
Dessa maneira, o tratamento envolve, usualmente, o controle da glicemia e da pressão arterial, por meio de dieta rigorosa e prática de exercícios; se houver edema macular, injeções de medicamentos nos olhos com a finalidade de diminuir a formação de novos vasos sanguíneos; Fotocoagulação a laser, responsável por diminuir o crescimento de novos vasos sanguíneos anômalos e reduzir os derrames; e, em algumas vezes, vitrectomia, caso haja hemorragia vítrea e o excesso de sangue deva ser drenado.
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Retinopatia diabética não é brincadeira, se você tem diabetes ou conhece algum diabético deve sempre estar lembrando de manter os níveis de glicemia e pressão arterial normais. Por isso, a melhor escolha é a prevenção!
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Fontes:
O Dr. Peter A. Campochiaro et al., Academia Americana de Oftalmologia, “AntieVascular Endothelial Growth Factor Agents in the Treatment of Retinal Disease”. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.ophtha.2016.04.056
A Dra. Sonia Mehta, MSD Manual, “Retinopatia diabética”. Disponível em: