O Brasil registrou cerca de 300 mil nascimentos prematuros ao longo do ano de 2019, número que preocupa e nos deixa em alerta quanto aos riscos para a saúde dos bebês.
Para tirar qualquer dúvida, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) considera prematuras as crianças que vêm ao mundo antes das 37 semanas (ou 259 dias) de gestação. Hoje em dia, sabemos que isso aumenta as chances de surgirem problemas crônicos como o diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, distúrbios do crescimento, atraso cognitivo e RETINOPATIA DA PREMATURIDADE, assunto principal deste artigo.
O QUE É A RETINOPATIA DA PREMATURIDADE (ROP)?
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) define a ROP como “um desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos da retina”. Na sequência, vamos te explicar melhor como e porque isso acontece.
A retina é uma estrutura do olho responsável por receber a luz e transformá-la nas imagens que enxergamos. Ela é extremamente sensível e precisa estar saudável para que a nossa visão seja absolutamente nítida, com boa percepção das cores, detalhes e contrastes.
De forma geral, a saúde da retina depende muito da nutrição e do oxigênio que chega pelos seus vasos sanguíneos, todos formados entre a 18ª e 20ª semana de gestação – mas que continuam amadurecendo até o desenvolvimento completo da criança. Se o bebê, por algum motivo, nasce “antes da hora”, o crescimento desses vasos pode ser interrompido e dar origem a uma série de complicações, como rupturas e sangramentos.
Além do parto precoce e do baixo peso, sabe-se que o excesso de oxigênio nas UTIs neonatais, infecções, deficiência de vitaminas e nascimentos múltiplos (gêmeos) são fatores de risco para o surgimento da ROP, e merecem a atenção tanto da mãe quanto do médico.
COMO TRATAR A DOENÇA?
O primeiro passo para tratar o problema é diagnosticá-lo da maneira correta e o quanto antes. Em geral, isso é feito pelo exame de fundo de olho com as pupilas dilatadas, feito nos primeiros 30 dias de vida do bebê. As crianças com menos de 1500 gramas e que nasceram antes das 32 semanas precisam fazer essa avaliação ainda na UTI neonatal, repetindo a cada 2 semanas até que os vasos estejam totalmente desenvolvidos.
A maioria das crianças com retinopatia da prematuridade enxergam normalmente, mas podem observar problemas mais sérios conforme o tempo passa. Como a doença é silenciosa, ou seja, não costuma causar sintomas, fica difícil prever os riscos de evolução e danos à visão, e é justamente por isso que o acompanhamento oftalmológico se faz tão necessário.
De acordo com a gravidade da situação, o médico pode indicar tratamentos a laser, como a fotocoagulação, injeções de medicamentos e cirurgia para correção de descolamentos e outras complicações.
É importante ressaltar que a retinopatia não é a única doença que afeta crianças prematuras. Casos de ambliopia, estrabismo e altos graus também merecem a nossa atenção e podem ser evitados com um bom pré-natal e um acompanhamento oftalmológico.
Caso tenha alguma dúvida sobre esse ou qualquer outro problema ocular, nossos especialistas estão à sua disposição aqui no IOSG. Fale conosco pelo (34) 3214-3033 e agende um horário.
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