Que a poluição do ar incomoda e é prejudicial para a saúde respiratória todos nós sabemos, mas um estudo recente foi além e descobriu que os efeitos negativos também podem ser notados nos nossos olhos.
À primeira vista essa associação pode soar estranha, não é? Mas o fato é que os dados realmente chamam a atenção. Leia este artigo até o final para entender os detalhes.
O QUE É GLAUCOMA?
Conhecida pelos oftalmologistas como a principal causa de cegueira irreversível na atualidade, o glaucoma é uma doença caracterizada por diversos danos ao nervo óptico. Essa estrutura é altamente sensível e funciona como uma ponte entre os olhos e o cérebro, favorecendo a compreensão das imagens.
Hoje em dia, de acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, estima-se que mais de 7 milhões de pessoas estejam cegas ou com a visão altamente prejudicada pelos efeitos do glaucoma.
Por ser um mal silencioso, ele costuma ser diagnosticado apenas em fases avançadas, quando os danos muitas vezes não podem ser recuperados. Em geral, o paciente começa perdendo a visão periférica, com sensação semelhante à de enxergar através de um binóculo ou fechadura de porta.
Vale a pena reforçar que a maioria dos casos de glaucoma estão associados a um aumento na pressão intraocular. É por esse motivo que ela precisa ser mapeada com frequência nas consultas de rotina.
QUAIS OS FATORES DE RISCO?
Todas as pessoas podem desenvolver um quadro de glaucoma ao longo da vida, especialmente na terceira idade. Por outro lado, o cuidado deve ser redobrado se o paciente apresentar:
- Histórico da doença na família;
- Hipertensão;
- Diabetes;
- Pele negra;
- Pressão intraocular alta;
- Uso frequente de medicamentos corticoides;
- Histórico de outras doenças oculares, como a alta miopia e a catarata.
QUAL A RELAÇÃO ENTRE O GLAUCOMA E A POLUIÇÃO DO AR?
Se você está curioso para entender essa novidade, aqui vai um resumo.
Pesquisadores reuniram exames oculares e dados de saúde de 111.370 pacientes espalhados pela Grã-Bretanha, região onde estão a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales. Ao longo do estudo, eles investigaram a incidência de glaucoma e compararam com as medidas de poluição do ar na residência de cada um desses participantes.
O resultado: pessoas que moravam nas áreas mais poluídas tinham pelo menos 6% mais chances de apresentar glaucoma do que as que viviam em regiões mais limpas. Da mesma forma, esses pacientes também apresentavam uma retina mais fina, algo que é típico da evolução de um caso de glaucoma.
Mas por que isso acontece, então?
Segundo os especialistas do estudo, a poluição não havia aumentado a pressão intraocular dos participantes. Na verdade, a explicação mais provável para o desenvolvimento da doença seja o fato de que as micro partículas suspensas no ar causem um dano maior aos vasos sanguíneos e uma maior intoxicação para o sistema nervoso, aumentando também o processo inflamatório do corpo.
Vale a pena ressaltar que nessa mesma avaliação, os pesquisadores mencionaram que evidências anteriores já apontavam um risco 50% maior de pessoas em áreas urbanas desenvolverem o glaucoma em comparação com as de zonas rurais. A poluição pode ser a resposta.
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